A enchente que atingiu a região no final de junho, elevando significativamente o Lago do Rio Uruguai em Marcelino Ramos, nos remete a uma reflexão pontual sobre o Meio Ambiente. Uma reflexão que pode mudar comportamentos, despertando a consciência ambiental que é um termo muito usado nos dias atuais, mas ao que tudo indica está longe de ser alcançada.
No último final de semana observando a mata ciliar que está nas margens do lago nos deparamos com uma triste realidade. Com a redução do nível do rio, voltando ao leito dentro da cota normal da usina, veio a tona um outro problema. Inúmeras sacolas, sacos e pedaços de plásticos ficaram presos nos galhos da vegetação. Um volume significativo de lixo em alguns pontos que de longe chamava a atenção. Por não ser degradável todo este material ficará na natureza por muitos anos, caso não ocorra um mutirão de limpeza ou algo do gênero.
O lixo, pendurado nos galhos, veio arrastado pela enchente, mas a verdade é que ele só chegou até este local porquê alguém não deu a destinação final correta. É comum, por exemplo, encontrar motoristas jogando pela janela inúmeros objetos. Este tipo de material descartado, na maioria das vezes, vai para as valetas e tem como destino os rios ou riachos.
A consciência ambiental que o planeta necessita envolve senso de responsabilidade e cuidado, pois precisamos zelar por ele. E não se zela por alguma coisa, somente conhecendo ou refletindo sobre. É preciso por “as mãos na massa”! Mas o que mais vemos por ai, juntamente com esses conceitos todos de sustentabilidade, consciência ambiental etc, são discursos vazios. Ou seja, conceitos e mais conceitos que se encerram na teoria.
Reconhecer, por exemplo, que o plástico é altamente nocivo à natureza, por não ser degradável, é um fato importante sim. Mas este tipo de conhecimento sem prática é em vão. Não tem valor. Não adianta saber dos riscos que corre a natureza (muitas vezes provocados por nós) se nada fazemos a respeito. E, usando aquele velho clichê: comece por você! Lugar do lixo, é no lixo.