O patrimônio ferroviário, abandonado em muitas regiões do país, em Marcelino Ramos está sendo alvo de uma atenção muito especial por parte de lideranças e voluntários. A luz no fim do túnel, que manteve nos trilhos a esperança de recuperação e restauração, surgiu há cerca de 3 anos. No final de 2012, indignada com a degradação do patrimônio, a sociedade civil Marcelinense se mobilizou e criou a Associação Amigos da Ferrovia de Marcelino Ramos (AAFMR). Ao longo destes três anos os voluntários, apaixonados pela Ferrovia, realizaram uma série de reuniões e ações junto ao poder público, inclusive com audiências públicas onde foram definidas diretrizes e estratégias.
De acordo com Jonas Kerber, presidente da Associação, as ações se intensificaram em 2015 em conjunto com a prefeitura Municipal, Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN) e o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT). Um dos principais objetivos junto ao DNIT era buscar a cedência da Estação Ferroviária ao município. O sonho, que alguns duvidavam que poderia se tornar realidade, em razão de tentativas frustradas em gestões municipais anteriores, acabou se concretizando. No final do ano passado o município conquistou a cedência junto ao DNIT. A Associação Amigos da Ferrovia, através de projeto aprovado pela Câmara, se tornou instituição de interesse público e firmou convênio com o município para gestão compartilhada da Estação.
Primeiras ações
A partir de primeiro de janeiro deste ano a Associação Amigos da Ferrovia (AAFMR) assumiu a responsabilidade pela gestão da Estação. Neste ano já foram realizadas duas reuniões, sendo que numa delas foram criados três conselhos: Executivo, Jurídico e Marketing e Recursos Humanos. Os conselhos, formados por representantes da sociedade, estarão se reunindo a partir de agora com frequência a fim de definir ações e projetos buscando a restauração e recuperação do patrimônio. Um plano estratégico foi definido visando por exemplo pequenos reparos e organização do espaço para melhor acolher os turistas que passam pelo local vindos de Piratuba ou saindo partindo de Marcelino Ramos através do passeio do Trem Maria-Fumaça.
A Associação, que ainda não possui recursos em caixa para investir, também estuda meios de captação para viabilizar o projeto. Voluntários não tem medido esforços para transformar o local em um belo ponto turístico e espera-se a colaboração e envolvimento da comunidade. “Nosso objetivo inicial é a restauração definitiva da Estação dando assim continuidade no projeto maior, que é o Parque da Ferrovia que envolve mais dois prédios históricos e o girador” explicou o presidente Jonas Kerber.
O pátio ferroviário envolve uma área de 75 mil metros quadrados.
É com alegria que vejo o resgate desta estação. Em 1987, como funcionário da RFFSA participei da reforma da parte elétrica. O agente era o Sr Aguiar. Em 1997, a ferrovia estava em operação até Gaurama, conseguimos licença para avançar de Gaurama até Marcelino Ramos. Com melancolia íamos retirando galhos e obstáculos naturais devido ao abandono. Ainda gravado na retina as lindas paisagens ao longo de todo o trecho, os viadutos de VIADUTOS. Por ironia em 1997 recebi a triste missão de realizar os cortes de luz e aguá como funcionario da FSA. Como apaixonado por ferrovia fico feliz com o resgate de parte de nossa história.
De certa maneira agradeço a FAKCUAR * por ter acreditado neste traçado e conseguido investimentos para concretiza-lo.
* FAKCUAR: Investidor da Bolsa de Londres que acreditava nas ferrovias. Apareceu como personagem do seriado MAD MARIA da Globo
Sucesso a todos vocês.
PARABÉNS AOS QUE ESTÃO CONSERVSNDO A MEMÓRIA HISTÓRICA DE MARCELINO RAMOS.AVANTE SEMPRE.
Meus caros, muito me alegra esta iniciativa, muita mala carreguei como mensageiro dos hóspedes para o Grande Hotel e vice versa .
Pegunto, o Izoton é o mesmo que foi prof. de educação física na Aceasmar?
Povo sem memória é um povo sem história!
Parabéns àqueles que se dedicam em preservar a memória e a história de Marcelino Ramos. Sempre vale lembrar que se Marcelino existe, deve à estrada de ferro sua existência. A preservação do prédio da Estação Ferroviária e seus anexos (girador, ponte e trilhos), faz com que muitos marcelinenses revivam o tempo em que ali trabalharam, ali viveram ou apenas por ali passaram.
Isso não é apenas saudosismo. É amor pela terra e pela sua história!
Quem conhece ou viveu em Marcelino Ramos entende muito bem o que estou dizendo.
Neri Biavatti
Radialista
Panambi – RS
Òtima ideia, preservar o passado é viver o presente, e manter o patrimônio é um dever de todos nós,Parabéns pela iniciativa.