DiaS, após, dias, as ruínas e o mato estão se encarregando de sepultar um marco da história ferroviária na região de Marcelino Ramos (RS). Um processo degenerativo que está ocorrendo há anos sem qualquer intervenção consistente ou até mesmo paliativa por parte das autoridades e responsáveis.
Utilizando Drones de última geração, a equipe de reportagem do Portal de Marcelino decolou neste mês de julho para mostrar do alto e em detalhes a situação do “Pernoite” localizado na comunidade de Uruguai, um pequeno e acolhedor distrito do interior de Piratuba (SC). As poucas famílias que ainda moram no distrito são testemunhas oculares da inoperância das chamadas autoridades que foram e estão sendo negligentes com o que restou de mais um patrimônio histórico. “Tá caindo tudo isso ai.. é triste.. ver que está tudo… abandonado…” comenta um morador do distrito dando uma pausa entre uma palavra e outra como se ao verbalizar a situação fizesse ao mesmo tempo uma viagem, visualizando mentalmente o passado.
O prédio, ou o que sobrou dele, está localizado nas margens da estrada de ferro, bem no núcleo do distrito, geograficamente escrevendo. Uma placa existente na edificação diz ele foi construído em 1910. O local era considerado parada obrigatória para descanso na troca de turnos para maquinistas e funcionários dos trens que passavam pela região. O “Pernoite”, com arquitetura característica do início do século passado, servia como uma espécie de hotel dos ferroviários. Em razão da grande movimentação de trens, o comércio era muito desenvolvido nas imediações. A Sadia, por exemplo, tinha um ponto de venda próximo ao “Pernoite” para comercialização de produtos que eram levados para todo Brasil. O distrito progrediu muito em razão deste parque ferroviária que era formado pelo Peronoite, a Estação e uma grande e importante Oficina de trens. No distrito de se trocavam os cargueiros e cargas das composições da RVPSC e da VFRGS.
Do alto, através das imagens feitas por nossos Drones, é possível visualizar a real e lastimável situação do imóvel. O telhado desabou, paredes de concreto estão caindo e levando junto a história. O mato toma conta e indica que há muito tempo ninguém ao menos passou uma foice ou fez o controle da vegetação para minimizar os prejuízos. Há pouco tempo a Assessoria de Comunicação da Rumo América Latina Logística (ALL) manteve contato com o Portal de Marcelino e informou que o imóvel é de propriedade e de responsabilidade do Governo Federal.
Projeto de restauração
Num passado não muito distante ocorreram algumas tentativas de recuperar o patrimônio que está em ruínas. O ex-prefeito de Piratuba, Adelio Spanholi, ciente da importância, liderou um movimento na busca de recursos para restauração/recuperação do imóvel. Um projeto foi desenvolvido em parceria com a Associação dos Amigos do Alto Uruguai, inclusive com a contratação de uma especialista, com intenção de se implantar um Museu e também um ponto de comercialização de produtos. Os documentos foram encaminhados ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em Brasília. “Por várias vezes estivemos lá, trouxemos o pessoal do Instituto até Piratuba, foram feitas várias tratativas, mas infelizmente deram em nada” lamentou ele.
Na opinião do ex-prefeito a burocracia inviabilizou o projeto. “Há uma quantidade muito grande de órgãos federais que não decidem, você envia documentos e mais documentos e eles não decidem, só para você ter uma ideia eu consegui a praça do ferroviário em Piratuba depois de 8 anos de muita negociação” explicou Adélio.
Questionado se ele tem esperança de um dia o patrimônio ser restaurado, o ex-prefeito disse que é um projeto muito difícil. Para se viabilizar, Adélio entende que é preciso uma mudança no comando administrativo do IPHAN no que se refere ao modelo de gestão. “Caso contrário, se estas mudanças não atingir estes setores, a esperança é muito pouco” finalizou ele.
“Por três anos estudei no colégio ai existente,e conheci bem O Pernoite. Dá um nó na garganta ao comentar sobre essas imagens e chorei ao ver essa destruição.Realmente a nós só resta pedir socorro” comentou Dejair Basso, um ex-morador do Uruguai que assistiu o vídeo.
O Portal de Marcelino, como órgão de imprensa, fez sua parte denunciando a situação. Faça você, compartilhando esta reportagem para que chegue ao conhecimento de nossas autoridades.
A ALL, por contrato é responsável por todo o patrimônio da Rede, mas a intenção desta concessão foi de destruir por completo a malha ferroviária e seu patrimônio. Pois esta empresa é uma das maiores na área de logística RODOVIÁRIA. Só mantém algumas linhas de carga de combustíveis só pra inglês ver!!! Nunca esperem nada da ALL.
ESSA SITUAÇÃO DE RUÍNAS SE ESPALHOU POR TODA MALHA FERROVIÁRIA DA ENTÃO REDE FERROVIÁRIA FEDERAL, ATÉ HOJE NOSSOS GOVERNANTES FORAM E SÃO ( OMISSOS ), NA FISCALIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO DA NAÇÃO.
Todo o património foi entregue a iniciativa privada que devolveu o que não servia a seu projeto de redução da malha ferroviária gaúcha. O contrato de entrega do patrimônio deixou brechas para isto acontecer. É descaso público privado. A intenção é que precisa ser melhor investigada na defesa da historia do nosso Estado.
Por tres anos estudei no colegio ai existente,e conhaci bem O Pernoite.dá um nó na garganta ao comentar sobre essas imagens e chorei ao ver essa destuição.Realmente a nós só resta pedir socorro!
Tambem sinto muito ver essas ruinas provocadas pelo descaso da ALL com o povo do Vale do Contestado. Privatização mal feita. Falta fiscalizar esses contratos.
O governo tem que entregar isso para leilão pois isso aí é bem que já deu lucro, hoje não passa de tralha que tá criando rato e barata e botando a vida de pessoas em risco. Na minha opinião tanto o patrimonio ferroviario como qualquer predio publico inservível deve ser leiloado e quem comprar que faça o que bem entender pois vai dar muito mais lucro do que ficar aí parado. Me desculpem os saudosistas e fanáticos por velharia, o progresso não se faz com entulho.