A Ponte Ferroviária de Marcelino Ramos/RS por muito pouco não foi derrubada. O episódio ocorreu em 1961 durante o movimento encabeçado pelo então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola. O objetivo era assegurar o cumprimento da Constituição, que previa a posse do vice-presidente João Goulart (Jango, cunhado de Brizola), na época fora do país, em viagem à China.
Após alguns dias de muita tensão, o general José Machado Lopes, comandante do III Exército, aderiu à causa da Legalidade, prestando seu apoio a Brizola. Pouco antes, porém, logo após a renúncia de Jânio Quadros, setores da sociedade – notadamente militares e conservadores – defendiam o rompimento da ordem institucional, na tentativa de impedir a posse do vice.
Naquele momento, soldados do 3º Batalhão Rodoviário de Vacaria foram deslocados no sentido de vigiar a ponte ferroviária de Marcelino Ramos, na região do Alto Uruguai. Sendo a única ligação por estrada de ferro com o sul do Brasil, a ordem era: se forças vindas do centro do país tentassem ingressar no Rio Grande do Sul, a ponte de ferro deveria ser derrubada. Os soldados ficaram várias semanas no município, de prontidão, numa época de escassas comunicações, aguardando os acontecimentos que selariam o destino da ponte .
Com a posse de João Goulart, a vigília em Marcelino Ramos foi suspensa e a belíssima ponte sobre o Rio Uruguai, preservada.