Uma certificação de filantropia, concedida pelo Ministério da Saúde no mês de setembro, está sendo considerada um verdadeiro divisor de águas na história e trajetória do Hospital de Clínicas Marcelinense (HCM). O Hospital, que tem vocação voltada principalmente para internações, vem sobrevivendo com muitas dificuldades administrativas e financeiras. Enquanto muitas unidades de saúde estão sendo fechadas em municípios de pequeno porte, em Marcelino graças ao esforço e planejamento da atual gestão está se buscando soluções e alternativas para uma sobrevida.
Na noite desta sexta-feira (22) os associados estiveram reunidos para comemorar a conquista e receber informações sobre as obrigações e benefícios a partir de agora. A Associação Hospitalar Marcelinense, que administra o hospital, foi criada em 2014. “Eu tenho pensando muito na sucessão, de quem vai administrar o hospital quando eu não estiver mais aqui, alguém precisa dar sequência a este trabalho” comentou o médico Claudio Kamijo, justificando a existência da Associação.
Em 2015, há cerca de 1 ano, a Associação ingressou com o processo no Ministério da Saúde solicitando a filantropia, já que hoje cerca de 80% dos procedimentos do hospital são feitos através do Sistema Único de Saúde (SUS). Este alto índice de atendimento via SUS foi um fator determinante para a conquista da certificação. “Este processo foi aprovado sem nenhuma ressalva pelo Ministério Público e no dia 26 de setembro foi publicado no Diário Oficial” explicou o contador Andrigo Mileski. Entre os benefício a partir de agora está a isenção da cota patronal, que chega a R$ 18 mil por mês, isenção de IR, PIS, Confis e taxas bancárias. Com o caráter de filantropia a Associação terá, teoricamente, mais facilidade para solicitar recursos para investimentos em novos serviços e ampliação do hospital.
Estuda-se, por exemplo, implantar em Marcelino Ramos o serviço de Mamografia que hoje está sendo ofertado em Getúlio Vargas, para onde vão todos os pacientes da região. O hospital já tem parte do equipamento e seria necessário adquirir um completo para passar oferecer o serviço em nossa cidade. De acordo com o Dr. Claudio Kamijo está se entrando em novo cenário e há possibilidade também de se oferecer cirurgias de médio e pequeno porte, cirurgias não eletivas (não urgentes) bem como ampliação do bloco.
O primeiro passo foi dado com a emissão do certificado de filantropia. Agora será iniciada uma luta junto ao Governo do Estado e Federal, através dos deputados, para se buscar emendas para a Saúde, a exemplo do que acontece com muitos outros hospitais da região. Assista abaixo entrevista com o presidente da Associação que fala sobre o que significa esta certificação e quais os próximos passos.