(atualizada as 07h desta quinta-feira)
Bandidos fortemente armados protagonizaram cenas de terror na tarde desta quarta-feira (09) em Maximiliano de Almeida. O clima pacato da pequena cidade do norte gaúcho se transformou por volta das 14h30 quando um bando de assaltantes, formado por pelo menos 6 homens, invadiu as agências do Banrisul e do Banco do Brasil. Depois de praticarem o assalto, a quadrilha formou um escudo humano na frente das agências para conseguir fugir usando uma Camionete Hillux de cor branca e com placa adulterada. O veículo foi roubado pela manhã na cidade de Ipê e o proprietário levado como refém, sendo abandonado pouco antes dos assaltos. Pelos menos 6 reféns foram levados. Na fuga houve disparos de arma de fogo. Um cliente do Banrisul foi atingido por estilhaços de chumbo que atingiram o ombro e ele acabou caindo dentro da agência. Os bandidos fugiram no sentido a Sananduva. Em Paim Filho uma carreta foi usada para trancar a rodovia, mas o bando conseguiu furar o bloqueio, pelas primeiras informações. Eles estavam armados com fúzis e escopetas. Os dois bancos ficam a menos de 20 metros. Os cordões humanos foram montados em frente as duas agências.
A ação foi rápida, extremamente violenta e os bandidos ameaçaram todos que estavam nas duas agências. Houve troca de tiros. Portas da agência do BB foram quebradas. “Um dos atiradores fortemente armado atirou da frente do Banco Banrisul até na viatura estacionada na frente da prefeitura (cerca de 500 metros)atravessando o vidro sobre o volante e quase atingindo o Sargento Izair” relatou uma testemunha nas redes sociais. “Por pouco que eu estou vivo. Me joguei da viatura pouco antes de atirarem com fuzil na nossa direção — contou o comandante da BM local, sargento Izair Bessegato”.Fotos anexadas a esta matéria mostram a viatura da Brigada atingida pelos disparos. Outra testemunha contou que um dos bandidos usou ela como escudo enquanto os colegas faziam o assalto. “Ele me levou até na porta do banco e me segurava, quando ele viu a viatura da polícia, ai eles ficaram loucos e começaram atirar”.
Funcionário do banco
Um dos reféns do grupo, Carlos, funcionário do Banrisul, relatou que os bandidos entraram na agência atirando, estourando a porta-giratória. “Foi uma correria, um desespero total dentro da agência, onde tinham cerca de 20 pessoas” contou ele. Segundo Carlos os bandidos, nervosos e usando capuzes, ficaram dentro do banco por cerca de 15 minutos até abrir as fechaduras de retardo. “Ele gritava muito, eu tentava acalmar” lembra o bancário. Na saída, o funcionário foi levado junto e colocado sentado na janela da Hillux. Ele foi deixado há cerca de 20km da agência.
Os reféns foram abandonados entre os municípios de Paim Filho e São João da Urtiga. Os assaltantes jogaram miguelitos (uma espécie de cruz formada por pregos entrelaçados para furar pneus) na estrada, abandonaram a Hilux e seguiram em um Astra prata, placas de Gramado IMK-5181 (clone) sentido São João da Urtiga. Ainda no município de Paim Filho, segundo informações da polícia, houve troca de tiros. Há suspeita de que eles possam estar escondidos no mato à espera de resgate por parte dos comparsas. Uma mulher, flagrada conduzindo o Astra em alta velocidade, foi presa no início da noite e levada para a delegacia de polícia de Lagoa Vermelha.
No veículo abandonado havia coletes à prova de balas, dois vidros cheios de miguelitos, toucas balaclava, munições de fuzil e calibre 12 e um cilindro usado para solda.
Ouça relato de testemunha à Rádio Gaúcha:
Há qualquer momento mais informações..
Fotos: Interativamaxi/Ricardo Toniazzo/Adilson Costa
“SE NÃO ESTÁ FELIZ, ABANDONE O CARGO E VÁ PARA A INICIATIVA PRIVADA.” O tipo de ação criminosa vivenciada hoje, por mais dolorosa que seja, serve de exemplo, não ao governo, mas à população. Os protestos orquestrados pelos servidores da área de segurança pública são vistos, pela maioria esmagadora da sociedade, como desnecessários. A comunidade, de uma forma geral, vê o servidor público como preguiçoso e reclamão. Os comentários nas redes sociais retratam esta postura. Se a população abraçasse a causa dos servidores e entendesse que as reivindicações são para o bem da sociedade, talvez o governo mudasse sua estratégia de cortes, que afeta as áreas mais básicas e os servidores com remuneração mais baixa. O legislativo, o judiciário e o ministério público não sofrem parcelamento de salários, tampouco corte nos investimentos. A segurança, no entanto, é tratada com desleixo. Falta dinheiro para manutenção de viaturas, gasolina, horas extras, novos concursados e até para pagar os salários. Mas quando a categoria se revolta para que a sociedade receba um serviço de qualidade, recebe uma resposta bem recorrente: “se não está feliz, abandone o cargo e vá para a iniciativa privada”. Ao invés de incentivarmos a evasão do serviço público, deveríamos lutar por serviços básicos de qualidade, que o governo insiste em negligenciar. Conforme noticiado acima, no momento do assalto havia apenas um policial militar para atender a ocorrência. Triste realidade, triste postura social.
sem Comentários triste realidade . brasil esta caindo mas caindo cada vez mais!!!