O município de Marcelino Ramos está inserido virtualmente numa malha aeroviária que registra movimento significativo de aviões. Essa malha fica mais visível em determinadas épocas do ano em que os aviões comerciais, que sobrevoam em altitudes entre 20 e 30 mil pés, deixam verdadeiros “rastros” comuns de ver quando eles estão voando em nível de cruzeiro. O rastro, chamado de Contrails (abreviação americana para “condensation trails”), se forma por causa da condensação do vapor de água em altas altitudes causadas pela saída dos gases quentes dos motores. Quando esses gases resfriam em contato com ar extremamente frio das altas altitudes, gotas de água microscópicas presentes na atmosfera condensam e formam as nuvens. Estas nuvens geralmente aparecem acima dos 26 mil pés (8 mil metros) e somente se a temperatura externa estiver abaixo de −40 °C.
Essa semana a equipe do ‘Portal de Marcelino” flagrou os rastros de uma aeronave. Através de um site aeronáutico conseguimos identificar o vôo (foto). Trata-se de um avião da TAM, que faz a linha Chile ao Rio de Janeiro com um vôo diário de quase 3 mil quilômetros de distância. O Airbus 320, com capacidade para transportar até 200 pessoas, passa diariamente pelo céu de Marcelino por volta das 11h30. Ele decola no Chile às 07h49 e eteriza no RJ às 13h. Através do site aeronáutico também conseguimos identificar que outras companhias com rotas distintas passam pelos céus de Marcelino utilizando a aerovia, que são na verdade “estradinhas” que ligam os aeroportos.
As aerovias
Buscando mais informações sobre as aerovias o Portal de Marcelino fez contato com Rafael de Mattos, acadêmico de Graduação em Ciências Aeronáuticas na Unopar em Londrina-PR. Ele explicou que as aerovias são “estradas” virtuais, que vão de um ponto a outro definidos por coordenadas geográficas. De acordo com ele existem aerovias que tem mão dupla e mão única. Os aviões voam sobre elas através do sistema de navegação por instrumentos, que seguem as linhas e passam por cima dos pontinhos pretos como se fossem os trevos das nossas rodovias. Algumas dessas definições de quem desce e quem sobe, fica a cargo do DECEA – Departamento de controle do espaço aéreo, responsável pelas estratégias do fluxo de tráfego. Em nossa região passam pelo menos três aerovias, a UM400 que tem mão única com sentido a São Paulo, geralmente passam os vôos vindos do Chile. Temos a UM654 que passam vôos vindos da argentina, e a UN741 que tem sentido único descendo na direção sul, por ali passam os aviões vindos da Europa.
Em Marcelino Ramos, podemos ter também vôos da NHT vindos de Joaçaba que não voam em aerovias, pelo fato desses aeroportos não operarem por instrumentos, voando apenas por vôo visual. Também vôos de Chapecó para Florianópolis que não seguem aerovias mais voam instrumentos e chegam entre 28 à 33mil pés passando próximo ao rio Uruguai, e tráfegos de aviões particulares que voam de qualquer lugar para outro.