Falta de luz gera prejuízos aos produtores de leite de Marcelino Ramos

Agricultores de algumas comunidades do interior do município de Marcelino Ramos estão sentindo na pele e principalmente no bolso as consequências do que eles julgam ser um descaso por parte da RGE.

 Neste final de semana a equipe de reportagem do Portal de Marcelino esteve visitando produtores de leite em Volta Grande II, comunidade que fica distante do perímetro urbano cerca de 20 quilômetros. Famílias que fizeram da produção leiteira a principal fonte de renda e que se sentem abandonadas pela companhia de energia. Os agricultores reclamam da qualidade e da falta de luz frequente. O problema vem sendo registrado há mais de 1 ano e está se agravando a cada dia que passa sem que ninguém consiga interceder no sentido de mudar o quadro. 

Na propriedade da família Seibel falta luz pelo menos três vezes por semana e a ordenha das vacas de leite tem que ser feito de forma manual. “Tem que tirar leite a mão e isso dá muito desgaste físico enorme, é muito serviço” relatou com indignação a agricultora Neusa Seibel. A família tem 27 vacas e produz em média 200 litros de leite. Além do trabalho manual, outro problema é no armazenamento do produto. “Nós estamos usamos litrão de água congelada para tentar evitar que o leite se perca, pois se tem muita acidez a empresa não recolhe” disse ela. A família já teve que jogar leite fora por causa da falta de luz e espera que providências sejam tomadas de forma urgente, pois a situação está ficando complicada. Neusa Seibel destaca que os agricultores já estudam fazer um abaixo assinado e encaminhar para o Ministério Público.

Outra situação considerada grave é na propriedade da família Abel. Produzindo cerca de 120 litros de leite por dia, eles também enfrentam muitos transtornos. A dificuldade despertou a criatividade do agricultor Elson Ábel. Para evitar a ordenha manual, ele acabou adaptando uma mangueira que coleta ar do filtro de um trator para fazer funcionar a ordenhadeira. “Tenho que fazer assim, mas é desgaste para o trator que fica ai mais de uma hora ligado” desabafou ele. O agricultor lamenta a situação e diz que quando falta luz a família liga para a RGE onde recebe a informação de que a energia será restabelecida em breve, mas acaba voltando depois de 1 ou até 2 dias. Outro problema gerado com a falta de luz é a falta de água, pois a propriedade é abastecida por um poço que tem uma bomba de recalque que necessita energia para funcionar. “Não dá nem pra tomar banho, isso é uma barbaridade”.

O retrato do abandono da rede de distribuição da RGE pode ser flagrado pelo Portal de Marcelino bem em frente a propriedade do agricultor. Um poste com transformador, além de estar inclinado, está com as madeiras que sustentam os fios podres. Pouco mais adiante da comunidade, outro poste nas mesmas condições de conservação, precisando urgente ser substituído.

 O Portal de Marcelino constatou que as quedas de energia são frequentes e que a central de atendimento da RGE não está correspondendo com as expectativas das famílias. A reportagem produzida pelo Portal de Marcelino torna público o problema e pode ser uma luz no fim do túnel. A partir de hoje vamos cobrar da RGE providências e acompanhar a situação até que ela seja definitivamente resolvida. Na manhã desta segunda-feira (09) nossa reportagem entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da RGE em Porto Alegre (ENFATO Comunicação). A Assessoria informou que repassaria a situação para a área responsável e que a mesma entraria em contato com o Portal a fim de dar um posicionamento.

 A verdade é que a agricultura enfrenta inúmeros problemas e este não pode ser mais uma pedra no sapato para esta categoria tão importante para a sociedade.  As famílias não estão pedindo grandes obras, apenas a manutenção de um serviço considerado básico para a subsistência humana.
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