O Laboratório de Biologia e Cultivo de Peixes de Água Doce (LAPAD), do Departamento de Aqüicultura da Universidade Federal de Santa Catarina, já identificou 76 espécies no lago da Usina de Itá em Marcelino Ramos e municípios lindeiros. Os estudos na região estão sendo desenvolvidos desde 1995 e alguns resultados relevantes foram divulgados com exclusividade ao Portal de Marcelino nesta terça-feira (11). As equipes do LAPAD, que são vistas com frequência em Marcelino Ramos, fazem o monitoramento das espécies em todas as estações do ano com objetivo de acompanhar o desenvolvimento dos peixes, observando aspectos relacionados a quantidade e a reprodução. O trabalho é realizado por uma equipe de pesquisadores da UFSC da qual faz parte o Dr. David Augusto Reynalte Tataje, graduado em Biologia no Perú e atual gerente supervisor do Laboratório de Biologia e Cultivo de Peixes (LAPAD) da Universidade Federal.
Os profissionais envolvidos no projeto usam diferentes tipos de equipamentos (apetrechos) de pesca para capturar os peixes, entre eles redes e tarrafas. Os apetrechos são armados nos finais de tarde com uso de barcos e no outro dia pela manhã os peixes presos são retirados e analisados. “A gente mede, pesa os peixes e os abrimos para analisar o que eles comem, como se reproduzem, seus locais preferenciais” explicou o professor.
Como a pesquisa foi iniciada antes do fechamento do lago, ainda em 1995, os dados coletados permitem comparativos importantes do antes e o depois. Segundo o biólogo David Reynalte algumas espécies pequenas estão se sobressaindo e conseguindo povoar melhor o lago do que os peixes grandes. “No entanto a gente vê que o lago está se estabilizando e ainda não conseguimos definir que peixes vão permanecer no futuro”. O maior volume de espécies são de peixes pequenos como Lambaris e Cascudos e os de maior porte, que já eram raros antes da formação do lago, continuam escassos.
O biólogo cita que em Marcelino Ramos existe uma particularidade especial que não é encontrada em outros lagos e que faz a diferença no ciclo de reprodução dos peixes. O trecho de corredeira de 10km, do rio Ligeiro até a barragem de Machadinho, reúne condições apropriadas para a reprodução principalmente dos peixes grandes – os migradores.
Dourado
Considerado o rei do lago e com uma beleza única, o Dourado terá mais chances de se manter na região de Marcelino Ramos em razão das corredeiras. A constatação é da equipe do laboratório de biologia da Universidade Federal. Os dados já coletados no projeto mostram que não há uma tendência de diminuição, principalmente pelo fato de que os pesquisadores têm encontrado ovos da espécie em alguns pontos.
Piranhas
Nos últimos meses surgiram informações de pescadores de que o lago da Usina de Itá estaria tomado por Piranhas, uma espécie de peixe agressiva. O pesquisador nega que haja uma infestação. “Hoje, menos de 2,0% das espécies que capturamos são piranhas, e que já existiam antes do lago ser formado” explicou David Reynalte. O lago, com água parada, reúne condições e um ambiente favorável a reprodução. Os estudos mostram que há uma tendência de aumento de população principalmente em anos de muita seca e calor. A princípio, as Piranhas encontradas em Marcelino, não oferecem risco aos banhistas e pescadores, mas o pesquisador adverte: “No período da reprodução, que envolve o mês de janeiro, elas colocam seus ovos nas margens e os banhistas podem pisar nessas áreas e ai com extinto de defender seus filhotes elas podem eventualmente atacar”.
O trabalho importante da equipe do Laboratório de Biologia e Cultivo de Peixes de Água Doce(LAPAD), do Departamento de Aqüicultura da Universidade Federal de Santa Catarina, vai continuar garantindo desta forma o monitoramento das espécies no lago.
OUÇA ENTREVISTA COM O BIÓLOGO:
Acharam algum tubarão?
Sou morador ribeirinho a 50anos conheço muito bem esse rio que virou algo os Peixes q pescavamos antes do algo hoje não são mais encontrados como Jaú,suruvis ou surubis, Dourados,cascudos,vogas,e outras espécie estão em ( decadência) o que se encontra é tilápia,piranha,lambari,ou seja pouco ou nada de peixes nativos.fica a dica fazem alguma coisa para melhorar o nosso lago obrigado.