O município de Marcelino Ramos se reveste de um rico contexto histórico e cultural que precisa ser resgatado, principalmente nos bancos escolares, para que possamos manter viva a história da nossa cidade. Neste sábado (27) a equipe de reportagem do Portal de Marcelino conseguiu localizar um ex-combatente do exército brasileiro que está inserido na história de Marcelino.
O aposentado João Pires, 68 anos, é um dos últimos soldados do exército que no ano de 1965 recebeu uma missão inusitada e muito importante: proteger a ponte rodoferroviária. Por ironia do destino, nosso encontro foi justamente na estação ferroviária onde há mais de 50 anos ele chegou na companhia de um pelotão que estava lotado em Cruz Alta. “Esta ponte era a única ligação do Sul com o resto do Brasil e nós recebemos a informação, que por conta da revolução, o inimigo tinha interesse de derrubá-la” lembra o ex-soldado. Dinamites inclusive foram colocados em pontos estratégicos da ponte, pois caso o inimigo conseguisse êxito contra as tropas gaúchas a ponte seria derrubada, evitando desta forma uma invasão.
João Pires, que atualmente mora em Santo Ângelo, veio a Marcelino fazer um passeio de Maria-Fumaça em companhia da esposa. Ele concedeu entrevista ao Portal de Marcelino e se emocionou ao lembrar que na época, após cumprir a missão, comentou com amigos que um dia voltaria a Marcelino. Passaram-se 50 anos e o que era desejo se tornou realidade neste mês de junho de 2015.
Na entrevista que você confere abaixo ele contou que na época centenas de soldados estavam na encosta gaúcha guarnecendo a ponte, com olhos atentos a outra margem do rio. Neve, frio, chuva e muita tensão acompanharam os setes dias em que ele permaneceu em solo marcelinense. Mesmo com as ameaças constantes, nenhum conflito foi registrado. Muito pouco se sabe sobre este fato ocorrido em 1965. Esta matéria serve para resgatar um pequeno fragmento do acontecimento, que agora está gravado para sempre através desta singela reportagem. Se você conhece este fato, ou sabe algo sobre ele, deixe seu comentário para que possamos agregar mais conteúdo em nossa reportagem.
Veja a entrevista abaixo:
Que história linda! eu entendo a emoção dele, como é bom a gente voltar ao lugar onde de alguma forma participamos ou colaboramos positivamente para mudar uma situação. Como é bom ter histórias pra contar! Como é bom ter um lugar pra voltar! Que ele possa voltar sempre e recordar as marcas do que se foi e deixou saudade..
Isso aconteceu em 1965 portanto há cinquenta anos. Eu estudava no Seminário Salette na 3ª série ginasial. Aconteceu um jogo de futebol amistoso entre a equipe do Seminário e a equipe dos soldados de Cruz Alta, vencida pelos seminaristas num clima muito frio mas de muita cordialidade. Não lembro bem quem pretendia dinamitar a ponte mas, havia comentários e, o que ficou na minha memória também é que os explosivos foram colocados para serem detonados caso houvesse uma tentativa de invasão por tropas vindas do norte. Mas o senhor que deu a entrevista, por fazer parte da corporação deve estar correto na sua avaliação. Foi um momento importante da história brasileira que, dentre tantos eventos, envolveu Marcelino Ramos. Aproveito para sugerir ao Portal de Marcelino um levantamento sobre os fatos envolvendo um personagem chamado Luiz Chittó vulgo Rozatti(Rossati ou Rosati) que pelos anos de 1910, como delegado, cometeu algumas barbaridades . Parabéns ao Portal pela reportagem resgatando mais um momento histórico dessa
magnífica cidade.
Pai…
Faltam palavras…mas a emoção toma conta…A vida nos ensina…
Abraços
Simione
Pai. ..
Fiquei sem palavras. ..
A emoção toma conta. ..A vida nos ensina. ..
Simione
A fase tempestuosa vivida pelo Rio Grande do Sul e pelo Brasil, que começa em 1961 com a LEGALIDADE e segue adiante com a instabilidade do Governo de João Goulart e que acaba com sua destituição em 31/03/1964, criou nas forças militares a necessidade de se estabelecer estratégias de ataque e defesa em caso de irromper uma guerra civil! A ponte férrea de Marcelino Ramos, era tida como estratégica no caso de mobilização de tropas, tanto para o norte do Brasil, quanto para o sul.
Por isso a preocupação do Exército em preservá-la! Como filho de Ferroviário, viví de perto todas essas movimentações, já que morava à margem da Linha Férrea entre Passo Fundo e M.Ramos!
Lembro como se fosse hoje , o campo de futebol ao lado da ponte , cheia de barracas do exército…. fazia 1 ano que morávamos em Marcelino Ramos ,meu pai Solon Rosa Coutinho , foi trabalhar no IBGE..enchente , neve , chuva , frio.. criança , a gente achava o máximo aquela movimentação…foi incrível , lembro com muito carinho dessa época.. muito bom recordar…
Lembro perfeitamente da época, eu morava na saida para o atual balneario, estudava na escola proxima do antigo presidio. Os meus pais (Reinoldo e Nair) ficaram bastante preocupados com a movimentação dos soldados na cidade. Observavamos as barracas armadas no campo de futebol.
Estamos muito orgulhosos da bravura como enfrentou essa fase da história deste município e a contribuição para história do rio grande do sul. As experiências de vida não tem preço nem valor, só momentos que nos emocionam. forte abraço meu pai!
Não tem como não se emocionar junto com esse senhor.
A emoção chega quando menos se espera.
Marcelino Ramos é um lugar especial, uma cidade que encanta quem por ela passar.
É ótimo ouvir relatos e histórias de pessoas como o srº seu José Pires.
Mesmo não morando mais em Marcelino a 13 anos, quero agradecer o senhor. Obrigado por voltar à Marcelino Ramos depois de tanto tempo.
Ronnie Mgnabosco Lopes
Natal – RN