Você já parou para pensar de onde veio o tijolo usado para construir sua casa? A resposta para esta pergunta está bem mais próxima do que você imagina! A reportagem especial deste mês de julho do Portal de Marcelino vasculhou uma pilha que ultrapassou 20 milhões de tijolos durante 37 anos de produção. De estatura baixa, fala rápida, bom humor e com 84 anos, o responsável por esta marca é Plinio Seibert. Um ilustre marcelinese que está inserido na história da nossa cidade. Segundo ele, mais de 80% dos tijolos usados para construir as casas em Marcelino, saíram da sua Olaria que funcionava próximo ao Balneário.
Plínio abriu as portas da sua casa à nossa equipe de reportagem numa manhã de sábado onde por algumas horas compartilhou sua trajetória de empreendedor, de alegrias e tristezas. Uma viagem ao passado que iniciou no ano de 1956 e com memória extraordinária ele fez questão de ressaltar a data. “No dia 04 de dezembro de 56 eu vim de Lagoa Vermelha para Marcelino e entrei de sócio na Olaria junto com o Valter Finger e o Ervino Porcher” recordou o empresário. Ele foi convidado para ser sócio, p tijolos em Marcelino Ramos ois possuía um caminhão GMC e por alguns anos ficou encarregado de transportar a produção. “Eu tinha um caminhão, pois antes de entrar na Olaria eu comprava e revendia cachaça em toda região, aí eles me convidaram para esta sociedade” disse Plínio. Na década de 60, com dinheiro emprestado da mãe, ele decidiu comprar a parte dos sócios e se tornou proprietário da empresa. No auge do negócio a Olaria tinha 12 funcionários e era uma das únicas na região produzindo uma média de 2 mil tijolos por dia, mais de 500 mil por ano.
Enchentes e Incêndios
Com garra e determinação Plínio Seibert superou muitas dificuldades ao longo dos 37 anos em que permaneceu com a Olaria. Segundo ele foram três enchentes (65,83 e 84) e mais 2 incêndios de grandes proporções. Como a empresa ficava nas margens do rio, próximo ao Balneário, a mesma era alvo fácil para as cheias. A pior delas foi em 1961 quando as águas cobriram todos os barracões, deixando de fora apenas os telhados. Por muito pouco o sonho de manter o negócio não foi por água abaixo: “Era época de inverno e eu estocava, eu tinha 180 mil tijolos pronto para queimar, quando veio a água e destruiu tudo” recorda ele com olhar triste.
Mas logo na sequência da conversa ele retoma o bom humor característico da sua pessoa. Questionado sobre o valor do milheiro, para termos uma ideia do prejuízo na época, Plínio foi rápido no gatilho, ou melhor, na língua: “Coloca ai nesse papel (meu bloco de anotações) o Plínio não lembra quanto cobrava” (gargalhada). Mesmo com as adversidades ele manteve o negócio sendo referência regional em se tratando de tijolos. A produção era comercializada principalmente em Marcelino, Viadutos, Gaurama e Erechim.
A crise
A queda no movimento teve início na década de 70 quando a engenharia começou adotar nas construções colunas e vigas. Até então a sustentação das casas ocorria com tijolos maciços que formaram grandes paredes. Os consumidores descobriram o tijolo furado, que começava ser produzido em Capinzal, e a Olaria começou sofreu um duro golpe. Plínio tentou produzir tijolos furados, que rendiam mais, mas a matéria prima não ajudava. “O meu barro aqui não era bom, aí o negócio começou ficar feio”, disse ele. Passaram-se mais alguns anos e em 1994, Plínio Seibert colocou no forno os últimos tijolos. Foram 8 mil unidades na última fornada. As chamas se apagaram e a Olaria ficou para trás, hoje coberta pelas águas do lago da Usina de Itá. Outro motivo que o levou parar foi a rotina desgastante da atividade, pois os médicos haviam diagnosticado uma gastrite nervosa, e o aconselharam desistir.
A chaminé
A equipe de reportagem do Portal de Marcelino fez questão de levar Plínio Seibert até o Balneário das Águas Termais, no terreno onde ficava a Olaria. Foi um momento mágico para ele que imediatamente foi identificando onde ficavam todos os barracões, mesmo eles estando alguns metros embaixo da terra. No local, em frente ao hotel Villa das Thermas, apenas uma chaminé de 17 metros permanece como marco de uma Olaria que produziu ao longo da sua história mais de 20 milhões de tijolos. O terreno não pertence mais ao seu Plínio. Para ilustrar esta reportagem pedimos para que ele fosse próximo e colocasse a mão na chaminé. Mais uma resposta rápida: “Você quer que eu coloque a mão no que era meu?”(gargalhada).
Atualmente Plínio está aposentado e reside em Marcelino com a esposa Nelci. O casal tem 4 filhos. O tempo passa, mas a memória das pessoas que ajudaram construir nossa cidade é algo extraordinário e emocionante para quem é Marcelinense e ama esta terra. Este é um dos objetivos principais do nosso Portal: Resgatar histórias e valorizar pessoas que muitas vezes estão no anonimato. Pessoas como seu Plínio que de tijolo em tijolo foi edificando uma bela trajetória.
parabens para o portal marcelinense nunca podemos esquecer o passado seu plinio e um grande pequeno homem marcelinense abraços
este Homem merece todos os elogios e apoios que necessitar – o cara é bom
Ao seu Plinio os parabéns da família Radel,por tudo que fez por Marcelino
Parabéns ao Portal pelo resgate histórico da família Seibert. O nosso amigo Plínio é uma figura ímpar…pessoa querida por todos! Abraço
Este é um pergaminho de nobreza, destingue, nobiliza, realça e regozija, com merecimento e com louvor a este abnegado do bem servir empregando e empregnando de dedicação sobre tudo e todo, com simplicidade, e humildade, mas é parte ainda pequena,minuscula de sua trajetória e atuação, mas bem dita e por isso reforço todos os comentários, e agradeço tambem pela linda matéria e coluna
que saudade quando eu ia na sua casa e brincava com o mosquito nos galpoes da olaria fora seu pomar que era muito lindo e os paes da dona nelci enesquecivel os cafe da manha por onde anda o mosquito abracos seu plinio
Queremos neste momento deixar os nossos votos de pesar aos familiares desta figura tão querida de Marcelino Ramos pessoa que já esta deixando saudades a todos,pessoa irreverente,sempre com um sorriso espontaneo e sempre alegre saudades Plinio.
MEUS SENTIMENTOS A TODA A FAMILIA, NESSE MOMENTO TÃO TRISTE ABRAÇOS !!!!
Parabéns, muito bacana matéria. A família do meu pai, Hiltor Wentz Porcher, meu avô Ernesto Porcher e minha avó Paulina Wentz Porcher são todos de Marcelino. Adoro muito esta terra. Abs a todos