A soltura foi realizada na tarde de terça-feira, 16, no município de Marcelino Ramos (RS), na área pertencente ao reservatório da Usina hidrelétrica Itá. Os peixes criados em cativeiro pelo Laboratório de Biologia e Cultivo de Peixes de Água Doce (LAPAD) da Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis, são da primeira geração de matrizes coletadas no lago da Usina e reproduzidos pelo laboratório. O objetivo da soltura é o repovoamento de espécies nativas.
Participaram da atividade representantes do IEE Marcelino Ramos e da EMEF Rui Barbosa, pescadores, representantes da prefeitura de Marcelino Ramos, da Engie Brasil Energia, da Brigada Militar Ambiental (Patran), do hotel Termas Marcelino, do Balneário, do IMA – Instituto do Meio Ambiente de SC, dos Parques Fritz Plaumann e Teixeira Soares, equipe do Centro de Divulgação Ambiental (CDA) e a gerência do Consórcio Itá, através do Sr. Reginaldo de Oliveira. Ações como esta acontecem anualmente, desde a implantação da UHE Itá no ano 2000 e fazem parte do Programa de Monitoramento da Ictiofauna.
De acordo com o analista de meio ambiente da Engie, Sérgio Luiz de Souza, a escolha das espécies e a consequente soltura dos peixes é fruto de uma pesquisa do LAPAD que estuda a dinâmica das populações destas espécies no lago. “As solturas experimentais permitem que se estude as espécies nativas e seu comportamento no trecho. É possível observar seus hábitos alimentares, migração e reprodução, desta forma visando contribuir com a pesquisa e consequentemente promover a manutenção das espécies neste hábitat”, destaca.
Nesta soltura foram disponibilizados 900 exemplares de peixes, sendo 80 Piracanjubas em início da idade adulta, os demais juvenis das espécies Piavas e Grumatã, medindo acima de 7 cm. Para o engenheiro de aquicultura do LAPAD, Luciano Augusto Weiss, responsável pela parte da reprodução e manutenção dos peixes em laboratório, estes peixes soltos no Rio Uruguai estarão daqui um ano aptos para a pesca. “Contamos com a coerência dos pescadores para que respeitem a diretriz de pesca de exemplares acima de 1 kg, evitando a pesca de exemplares ovados, pois assim temos perdas reprodutivas”, explica.
Weiss alerta e pede o bom senso dos pescadores. “Ao contrário de outras solturas, os atuais peixes soltos não têm marcação química, mudamos a estratégia. Anteriormente pedíamos para o pescador devolver a cabeça ou até escama, agora vamos monitorar através de pescadores parceiros do projeto, que quantificam e identificam o pescado e nos repassam estes dados. Através desta ação poderemos verificar se o estoque pesqueiro aumentou”, explica.
Novas solturas devem acontecer apenas em 2020, pois é preciso, mesmo em laboratório, respeitar o ciclo biológico, ou seja, o período reprodutivo das espécies que acontece no final primavera e/ou início do verão. Os trabalhos continuam no Laboratório de Biologia e Cultivo de Peixes de Água Doce na capital catarinense e a expectativa para o próximo ano é soltar novos peixes na região com qualidade e diversidade genética.
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