O Jornal Pioneiro, que pertence ao grupo RBS, publicou nesta quarta-feira (18), uma reportagem que faz um resgate histórico do episódio envolvendo a Ponte Ferroviária de Marcelino Ramos ino início da década de 60. Leia abaixo o texto publicado:
O episódio ocorreu em 1961, na cidade de Marcelino Ramos, durante o movimento encabeçado pelo então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola — o objetivo era assegurar o cumprimento da Constituição, que previa a posse do vice-presidente João Goulart (Jango, cunhado de Brizola), na época fora do país, em viagem à China. Após alguns dias de muita tensão, o general José Machado Lopes, comandante do III Exército, aderiu à causa da Legalidade, prestando seu apoio a Brizola. Pouco antes, porém, logo após a renúncia de Jânio Quadros, setores da sociedade – notadamente militares e conservadores – defendiam o rompimento da ordem institucional, na tentativa de impedir a posse do vice. Naquele momento, soldados do 3º Batalhão Rodoviário de Vacaria foram deslocados no sentido de vigiar a ponte ferroviária de Marcelino Ramos, na região do Alto Uruguai. Sendo a única ligação por estrada de ferro com o sul do Brasil, a ordem era: se forças vindas do centro do país tentassem ingressar no Rio Grande do Sul, a ponte de ferro deveria ser derrubada.Entre os soldados enviados para o local estavam Danilo Antônio Molon (na foto que abre a matéria, com o violão), irmão de Floriano Molon, e o conterrâneo Dorvalino Bernardi (com a gaita). Eles ficaram várias semanas no município, de prontidão, numa época de escassas comunicações, aguardando os acontecimentos que selariam o destino da ponte — devido à precária alimentação regular, os recrutas revelaram, anos depois, que a solução era comer muita banana. Já para passar o tempo, muita música…Com a posse de João Goulart, a vigília em Marcelino Ramos foi suspensa e a belíssima ponte sobre o Rio Uruguai, preservada. Danilo Antônio Molon faleceu em 1974, vítima de um acidente rodoviário.
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Informações desta coluna são uma colaboração do historiador e pesquisador Floriano Molon
Fonte: Rodrigo Lopes/Jornal Pioneiro/ Foto: Arquivo da família
Parabéns Alceu Sperança pela viralização da ponte não implodida.
Lindo artigo! Nossa história agradece!