Além de propor leis e fiscalizar as ações do executivo municipal, também é função do vereador reconhecer pessoas que contribuíram de maneira efetiva para o crescimento e engrandecimento do município. Com base nessas prerrogativas, surgem as homenagens da Câmara Municipal, por meio da concessão de Honrarias.
Nesta segunda-feira (03) o empresário Waldemar dos Santos, 84 anos, recebeu o título de Cidadão Marcelinense pelos relevantes serviços prestados a comunidade e que contribuíram de forma significativa para o desenvolvimento da cidade. A honraria foi aprovada pelo plenário da câmara e entregue através de uma sessão solene proposta pelo vereador Serginho Beal (PTB) e aprovada por unanimidade. Além dos vereadores, familiares e convidados prestigiaram a sessão. Emocionado, o empresário nomeou a filha Luciane Noemí dos Santos para fazer o discurso preparado especialmente para a ocasião. Ele agradeceu a homenagem prestada pelo poder legislativo destacando que se sente um marcelinense por ter construída uma história de vida navegando pelas águas do rio Uruguai por mais de meio século. “Esta cidade é meu porto seguro e aqui será minha última morada” disse o empresário ao Portal de Marcelino. Foi uma noite marcada pela emoção e lágrimas que vai ficar gravada na história de Marcelino Ramos. A esposa Vilma, filhos e netos, acompanharam a sessão.
O projeto de resolução número 01/2013, que resultou na homenagem, foi aprovado por unanimidade dos vereadores no dia 17 de maio. O vereador Serginho Beal, proponente da matéria, disse que a “iniciativa surgiu em razão da história de vida e pelos longos anos de investimento em Marcelino, colaborando com o desenvolvimento do município”.
Waldemar dos Santos, conforme reportagem especial produzida pelo Portal de Marcelino há poucos dias, está inserido na história da nossa cidade. O reconhecimento da câmara surgiu em razão da trajetória do empresário que é natural de Paim Filho, mas que está em Marcelino desde 1962 explorando o transporte aquático com balsas entre o RS e SC.
A reportagem completa sobre Waldemar dos Santos você encontra clicando aqui.
Vídeo:
Abaixo você confere uma galeria de fotos da sessão feitas pelo jornalista Paulo Afonso, colaborador do Portal de Marcelino.
HISTÓRICO PESSOAL DE WALDEMAR DOS SANTOS
Waldemar dos Santos nasceu no dia 16 de outubro de 1928, em Cacique Doble, na época distrito de Lagoa Vermelha – RS. É filho de Fortunado José dos Santos e de Maria de Bitencourt dos Santos. Casou-se com Willma Remor, no dia 26 de julho de 1952, com quem teve cinco filhos: Neri Antonio (1955), Noeli Teresinha (1958) e Noredi João (1961), nascidos em Cacique Doble, e Waldemar Filho (1965) e Noemi Luciane (1972), nascidos em Marcelino Ramos-RS. O casal tem 11 netos e 3 bisnetos. Reside em Marcelino Ramos desde 11 de dezembro de 1962. É um batalhador que por mais de meio século flutuou de uma margem à outra do Rio Uruguai, fazendo a ligação entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Waldemar dos Santos iniciou sua trajetória no ramo de transporte fluvial em 1940, aos 12 anos de idade, ao lado do pai, em Paim Filho, então distrito de Lagoa Vermelha, fazendo a travessia do Rio Forquilha (oficialmente conhecido como rio Inhandava) entre este distrito e o distrito de Cacique Doble. Naquela época, a balsa era feita de madeira e movida manualmente, através de cabo de aço, preso de uma margem à outra do rio. Durante o período que atuou na travessia do rio Forquilha, adquiriu experiência e muito conhecimento na área, principalmente na construção de embarcações. Também nessa época, teve uma indústria de erva-mate, cuja produção abastecia o mercado de muitas cidades do Rio Grande do Sul, inclusive a capital do estado.
Com visão de empreendedor, e considerando a viabilidade econômica do ramo das balsas, Waldemar mudou-se para Marcelino Ramos no ano de 1962. Aqui adquiriu a balsa das Indústrias Vecchi, que fazia a travessia no Rio Uruguai, entre os municípios de Marcelino Ramos – RS e Concórdia – SC. A balsa já contava com uma tecnologia mais moderna: era construída com ferro e seu deslocamento era realizado com rebocador movido a óleo diesel, media 26 metros de comprimento e tinha capacidade para 35 toneladas. Em 1965, por ocasião de uma grande cheia que atingiu Marcelino Ramos, o empresário teve sua residência e suas embarcações levadas pelas águas do Rio Uruguai. Com o apoio da prefeitura, na gestão do prefeito Antonio Floriani Zordan, as embarcações foram resgatadas na localidade de Água Verde, 22 km longe da sede de Marcelino Ramos. A sua residência foi reconstruída depois de alguns anos.
Por muitos anos, a balsa foi a única ligação desta região do RS com SC, pois a BR 153 e a ponte próxima ao posto fiscal não existiam. Por mais de 10 anos, passavam pela balsa diariamente mais de 200 carros, e o controle do fluxo de veículos era feito através de uma cancela. O porto ficava alguns metros acima do atual porto da balsa. A travessia funcionava 24h por dia, de segunda a domingo. Com a conclusão da BR 153 e da ponte, no final da década de 70, o movimento da balsa chegou a uma queda de 80%.
Entre os anos de 1972 e 1978, Waldemar dos Santos explorou o transporte fluvial no Rio Paraná entre os municípios de Umuarama (PR) e Iguatemi (MS). Depois de 6 anos atuando naquela região, vendeu as balsas para o banqueiro Serafim Rodrigues de Moraes e retornou a Marcelino Ramos, investindo o dinheiro na compra das Casas Uruguai. No ramo do comércio, Waldemar atuou por 12 anos, sem deixar o ramo da balsa. A empresa de Waldemar dos Santos também prestou serviços ao município de Concórdia – SC, no distrito de Volta Grande de 1983 até 1990, quando a ponte sobre o Rio do Peixe se rompeu devido a uma grande enchente. Também, atuou na travessia do Rio Pelotas, ligando a BR 370 ao município de Barracão – RS de 1994 a 1996.
O empresário também é um grande tradicionalista. Em 1979, ele foi Patrão do CTG Porteira do Pago, período em que procurou incentivar o culto às tradições do RS. Durante sua gestão, promoveu um grande baile, com o conjunto os Irmãos Bertussi, que fazia muito sucesso na época. Manteve ainda por muitos anos um programa na Rádio Salette, chamado “Fogo de Chão”, que tinha grande audiência em Marcelino Ramos e em todo o Alto Uruguai, e também em Concórdia – SC e região. Neste programa, apresentavam-se músicos vindos de muitos lugares. Os Irmãos Bertussi também se apresentaram neste programa, que foi histórico para o tradicionalismo de Marcelino Ramos. Ajudavam-no, na condução do programa, seus filhos Noredi (no violão e vocal) e Waldemar Filho (na gaita e vocal), sendo este, hoje em dia, músico profissional, e a filha Noemi, que fazia a leitura dos comerciais. Atualmente, os negócios do empresário são gerenciados pelo filho Neri, com quem mantém mais três balsas, nos municípios de Campinas do Sul, Nicolau Vergueiro e Machadinho. Durante todos esses anos atuando no ramo, sua maior preocupação foi a segurança e a qualidade do serviço oferecido aos usuários. A atividade requer investimentos constantes em reformas de embarcações e rebocadores, visando sempre cumprir as normas da Agência Nacional de Transportes Aquaviários, que regula a prestação deste serviço.
Aos 84 anos, o espírito deste empreendedor mantém-se lúcido e vivo, com novos planos. Waldemar dos Santos acaba de criar o “Museu Recordativo do Fluviário sucedido”, onde é possível encontrar inúmeras fotos que mostram a sua história, desde a primeira balsa em que começou a trabalhar, aos 12 anos, até a última e mais moderna. Trata-se de um acervo rico em informações de distintas épocas de sua vida e das cidades onde trabalhou. A trajetória deste empreendedor mostra que seu conhecimento veio da prática, que a administração resultou de muita força de vontade e muita garra para enfrentar os problemas que surgiram. Com seu trabalho, ele contribuiu para o crescimento de Marcelino Ramos. Acima de tudo, é forte a impressão que se tem do seu amor ao trabalho e à nossa terra, pois nunca deixou de investir aqui. Neste breve histórico, eis os motivos que lhe fazem justo o título de Cidadão Marcelinense, a ser concedido por esta Egrégia Casa Legislativa.
Nasci e cresci em Marcelino Ramos . hoje moro em Sapucaia do Sul cidade da região metropolitana de POA .Quero dizer que precisamos de mais HOMENS assim no Brasil .
PARABÉNS A UM HOMEM DE BEM .
PARABÉNS AO SEU WALDEMAR! COM ORGULHO MEU TIO E PADRINHO. ORBIGADA POR TAMANHAS ALEGRIAS QUE VOCÊ DA À NOSSA FAMÍLIA!
Justa e merecida homenagem ao senhor Waldemar, meu tio, pelo que fez e faz por Marcelino Ramos.
Parabéns ao vereador autor, pois soube reconhecer uma pessoa que , com seu trabalho contribuiu para o bem da comunidade.